terça-feira, 24 de junho de 2014

Biológica do não-orgulho

Eu queria ser um micróbio, bem pequenininho para invadir sua cabeça e comer as dobrinhas do seu cérebro. Até que ele anunciasse a todos, orgãos, músculos e fibras, que a partir de agora o seu coração bombeará o meu nome. E no teu sangue, te rodar mais de cem vezes em um minuto.

Queria ser uma doença-remédio. Te virar do avesso, repetidamente, provando de novo, de novo e de novo.
Cada vez com mais
(ou menos?)
(ar)(dor).

Queria que seu peito queimasse até dilacerar e que só eu, com mãos desprotegidas, pudesse juntar tudo, te costurando com saliva.

Ser o frio na sua espinha que nunca cessa. Acalma com a chegada, se reinventa com toque, mas como lava, adormece sempre pronto para explodir.

Com e em você, um só instinto, pelos, cuspe, ânsia, pele, raiva, insônia e gozo.