segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

Ufa


Um segundo. É a fagulha que muda tudo, o escrito e o fora do script. Chuva. Curva. Puft, o carro foi no poste. Em um segundo não haveria mais segundos.

Só posts no facebook que nunca seria lidos. Nunca entendi por que as pessoas fazem isso.



domingo, 21 de outubro de 2012


Por onde andará Etelvina?

A amiga divertida, dos episódios engraçados em qualquer passeio, viagem ou história de grupos. Aquela que simplesmente não pode faltar. Aquela amiga de sair todo final de semana, que está sempre na sua casa e muitas vezes conversa mais com os seus pais do que com você. Quantos momentos não compartilhamos, quantas histórias não vivemos. Muitas das quais você conta até hoje, quando toma um copo de vinho ou dois, com outros amigos, novos, crescidos, adultos. Todos temos esses amigos. Todos tivemos esses amigos.

A deles se chamava Etelvina. Por ouvir dizer, era das pessoas mais engraçadas, sempre metia os pés pelas mãos e quando ia pensar, já tinha feito - mais um bom caso para contar. Não sabem por onde ela anda. Casou-se, teve dois filhos, talvez três. Talvez more no Rio, mas certa vez alguém falou que havia se mudado. Eu me pergunto o que diabos aconteceu e porque não a conheço. Porque ela nunca foi na festinha de 2 anos, na 1ª comunhão ou nos 15 anos da minha irmã. Seria pela inexistência do facebook, do Orkut? Ou porque há menos de 20 anos atrás celulares não faziam parte do nosso dia a dia? Quem sabe os bip’s sejam os culpados, máquinas feitas para acabar com as amizades através de mensagens curtas?

O fato é que tudo que eu sempre escutei por aí acabou se provando verdadeiro com o tempo. A primeira delas sendo que o tempo explica muitas coisas. “Mãe, eu odeio ir pra escola, quero crescer logo”. Merecia um tapa! Voltaria agora, de preferência pro jardim, pra viver tudo de novo. E por aí foi. Ou melhor, vai. Mas o fato é que sempre escutamos que quando somos jovens temos muitos amigos, aos milhões, e que eles não ficam. E me deprime pensar que as pessoas com quem falo no whatsapp, instragram, facebook, telefone (tão antigo) podem não fazer mais parte da minha vida quando essas redes já forem vintages. Se é que elas serão, afinal, o futuro a Deus pertence. 

Mas e se nos revoltarmos contra isso? Imagino que seja impossível porque já hoje, do altoda jeunesse dorrée eu tenho certa preguiça de encontrar muitos dos que me são queridos todas as vezes em que teria oportunidade de o fazer. E eles também. Então eu vou vendo a formatura, o aniversário, o noivado e talvez até o casamento pelas fotos postadas, os status compartilhados...Mas será esse o início do fim? Será que estamos fadados a acompanhar de longe, até que todos cresçamos e tenhamos a “crise da limpa”, onde vamos nos excluir uns aos outros, amigos que poderiam ter sido, que se bem desejam ao longe sem o dizer e de repente não mais se importarão? Amigos que até nos farão pensar “nossa, que saudade do fulano...mas tem tanto tempo que a gente se fala, ele anda tão diferente...acho que não tem mais nada a ver mandar um recado”...Será que não? Pelo menos teremos a oportunidade.

Amigos queridos, eu desejo todos vocês na minha vida hoje e sempre. Se não desejasse já não teria necessidade de que estivessem no meu presente. Vamos aproveitar que está mais fácil pra ficar juntinhos, mesmo que longe. Quem se quer bem pode o fazer abraçando ou lembrando, pensando, sorrindo em frente a uma tela do outro lado do mundo. Saibam que o carinho, o afeto e a preocupação muitas vezes estão manifestados em um simples like, sem comentário nem nada...

Talvez se meus pais tivessem isso eles poderiam saber quantos filhos a Etelvina teve e onde ela mora. Talvez eles tivessem até abertura suficiente pra mandar uma inbox relembrando um caso antigo e marcando um chopp que nunca iria acontecer, como nós fazemos muitas vezes. Mas que pelo menos continuemos nos prometendo esse encontro encontro a possibilidade dele acontecer, por mais remota, pelo menos seja possível. 

terça-feira, 31 de janeiro de 2012

The new old same song.

Me sinto produtivo. Se sinto, sou?
Como ser externar, em papel, palavras ou atos; ser tudo e todos que habitam meu corpo, como ser tantos e só eu?

As vontades se revezam. Ora se guardam, ora aparecem, pálidos seres que fogem perante os raios de sol...Somente para emergir em sedução e imponência numa noite qualquer, na frase mais solta da conversa mais informal.

Todos os rios que me fazem desaguam no mar. Inquieto, revolto. A ânsia por marés calmas dura o suficiente para potencializar no querer de uma nova rajada de inquietude. A minha estagnação tem sazonalidade pontual, varia com as estações. Deixo para os outros viver em paz, insatisfeitos vez ou outra, nunca com força suficiente para estimular a mudança, e por isso remam conforme a direção de seus rios.

Eu não. Eu quero ser o encontro dos desencontros. Não é o movimento que faz tudo ser? Mas porque a minha dança é tão confusa, quando entro em cadência, por vontade, perco o passo. Se toca samba, quero jazz e quando a voz é melosa e o saxofone soa gostoso, quero acordes eletrônicos.

Não precisa mais ser agora, mas precisa ser breve. A sensação de morte iminente ao chegar na praia está domada (até quando?). Resta saber que corrente seguir, que sereia escutar, deixar ou não por levar? Encontrar o acalento que se anuncia mais que certo. De quem? Do que? Por hora não me interessa saber.

Quero chegar, ver no que vai dar e mudar tudo sempre. E de novo para que o novo não me deixe ao largo jamais.